A autora de “O Voo da Garça” reserva, habitualmente, parte das suas férias de Verão para a escrita dos guiões das peças que serão apresentadas no ano lectivo seguinte. Este ano não foi excepção: a referida professora, que faz um trabalho de pesquisa imprescindível à concepção das suas peças, iniciou a escrita de um guião que viu-se obrigado a estar guardado numa gaveta durante o presente ano. A explicação é simples: a encenadora só foi informada de que o Segundo Festival de Teatro teria um tema depois de “meter mãos à obra”. Esta diz que foi complicado começar do zero mas que está muito satisfeita com o resultado final. O facto de ser professora de português ajudou-a, de certa forma, a encontrar inspiração para escrever algo relacionado com Eça de Queirós. “O Voo da Garça”, que tem como suporte obras como as referidas anteriormente e também “A Tragédia da Rua das Flores”; “O Egipto”; “A Correspondência de Fradique Mendes” e “O Primo Basílio”, detém um título muito pessoal para a professora Lurdes Gual – quando tinha dezasseis anos, um professor disse-lhe que, se fosse um animal, seria uma garça, pelos seus belos e altos “voos”.
Uma das motivações para ter escrito um guião cujo tema é o “amor pela visão dos realistas” foi querer mostrar ao público uma faceta de Eça de Queirós que não é abordada durante o estudo das obras. A professora deixa no ar a pergunta: terá sido apenas pelo facto deste escritor ser realista que escreveu obras com uma carga sexual elevada (inclusivamente sobre relações incestuosas ou adúlteras) ou será que teve alguma outra motivação, de índole pessoal?
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A concepção de uma peça de teatro não é só feita pela encenadora e pelos actores, muitas mais pessoas estão envolvidas e fazem um trabalho tão importante quanto todas as outras. Embora os figurinos sejam pensados pela encenadora, três costureiras trabalham na concepção dos mesmos.
Outras duas professoras, Manuela Pinho e Teresa Margarida, estão encarregues da angariação de fundos e são, também, assistentes de palco.